

Na brincadeira, a francesa Valérie Tasso assume que é “produto do Maio de 68”, já que nasceu em Janeiro de 1969 – escreve na sua edição de ontem o «Correio da Manhã», jornal que se publica em Lisboa. Uma história que o «Canal de Moçambique» regista, com a devida vénia.
Menina de boas famílias, licenciada em Gestão de Empresas e com um alto cargo numa multinacional, aos 30 anos atingiu ao ponto de não retorno. “Tive um namorado que, com o meu consentimento, me estoirava os cartões de crédito. As dívidas eram insuportáveis. Ganhava extraordinariamente bem mas o dinheiro não chegava”, conta.
Em dois tempos terminou o namoro e decidiu tornar-se prostituta de luxo para equilibrar o saldo bancário. “Era um bom negócio, ganhava muito mais do que agora e não pagava impostos”, comenta, entre risos. “Mas também era um vício porque na prostituição ficamos apaixonadas pelo dinheiro.”
Durante seis meses trabalhou num bordel de luxo. Pagou as dívidas, apaixonou-se por um cliente italiano com quem manteve um romance durante três anos e escreveu ‘Diário de uma Ninfomaníaca’ que só em Espanha, onde passou a viver, vendeu 200 mil exemplares. O romance com o italiano acabou e Valérie não cruzou os braços: aproveitou a fama que o livro lhe trouxe e tornou-se cronista na ‘Playboy’, colaboradora do programa televisivo ‘Crónicas Marcianas’ e ainda fez um mestrado em Sexologia. Pelo meio escreveu mais dois livros – ‘Paris à Noite’ e ‘O Outro Lado do Sexo’ (ainda não traduzido para português).
Em ‘Paris à Noite’ (Livros de Hoje), título que veio promover a Lisboa, recorda a viagem que fez à Cidade Luz e como se apaixonou por uma mulher com quem teve relações sexuais: “Nós não nos apaixonamos pelo sexo feminino ou masculino, apaixonamo-nos por pessoas.”
Defensora do sexo e da liberdade de expressão, crê que a maior parte dos casais não é sexualmente feliz: “As mulheres muitas vezes não estão na relação sexual. Estão fora, a pensar que são gordas ou que têm celulite”, diz. A expert deixa conselhos: “Os parceiros têm de ser espontâneos e perder a vergonha de perguntar um ao outro o que lhes dá prazer.”
Quando publicou ‘Diário de uma Ninfomaníaca’ usou um apelido falso para preservar a família. Mesmo assim, tal como os amigos, viraram-lhe as costas. “Neste momento com a minha família biológica as coisas melhoraram e, como o meu pai morreu há seis meses, penso que vou publicar o meu segundo livro em França, o meu país natal. Mas a minha verdadeira família é o meu grande amor, o Jorge, e os nossos três gatos”, confessa emocionada.
Apesar de já ter percorrido meio mundo – até viveu em Marrocos com um árabe – o sonho desta rapariga de 38 anos é conhecer o Japão. Por agora mostra-se feliz por saber que o seu livro de estreia está prestes a chegar a terras nipónicas.•
Menina de boas famílias, licenciada em Gestão de Empresas e com um alto cargo numa multinacional, aos 30 anos atingiu ao ponto de não retorno. “Tive um namorado que, com o meu consentimento, me estoirava os cartões de crédito. As dívidas eram insuportáveis. Ganhava extraordinariamente bem mas o dinheiro não chegava”, conta.
Em dois tempos terminou o namoro e decidiu tornar-se prostituta de luxo para equilibrar o saldo bancário. “Era um bom negócio, ganhava muito mais do que agora e não pagava impostos”, comenta, entre risos. “Mas também era um vício porque na prostituição ficamos apaixonadas pelo dinheiro.”
Durante seis meses trabalhou num bordel de luxo. Pagou as dívidas, apaixonou-se por um cliente italiano com quem manteve um romance durante três anos e escreveu ‘Diário de uma Ninfomaníaca’ que só em Espanha, onde passou a viver, vendeu 200 mil exemplares. O romance com o italiano acabou e Valérie não cruzou os braços: aproveitou a fama que o livro lhe trouxe e tornou-se cronista na ‘Playboy’, colaboradora do programa televisivo ‘Crónicas Marcianas’ e ainda fez um mestrado em Sexologia. Pelo meio escreveu mais dois livros – ‘Paris à Noite’ e ‘O Outro Lado do Sexo’ (ainda não traduzido para português).
Em ‘Paris à Noite’ (Livros de Hoje), título que veio promover a Lisboa, recorda a viagem que fez à Cidade Luz e como se apaixonou por uma mulher com quem teve relações sexuais: “Nós não nos apaixonamos pelo sexo feminino ou masculino, apaixonamo-nos por pessoas.”
Defensora do sexo e da liberdade de expressão, crê que a maior parte dos casais não é sexualmente feliz: “As mulheres muitas vezes não estão na relação sexual. Estão fora, a pensar que são gordas ou que têm celulite”, diz. A expert deixa conselhos: “Os parceiros têm de ser espontâneos e perder a vergonha de perguntar um ao outro o que lhes dá prazer.”
Quando publicou ‘Diário de uma Ninfomaníaca’ usou um apelido falso para preservar a família. Mesmo assim, tal como os amigos, viraram-lhe as costas. “Neste momento com a minha família biológica as coisas melhoraram e, como o meu pai morreu há seis meses, penso que vou publicar o meu segundo livro em França, o meu país natal. Mas a minha verdadeira família é o meu grande amor, o Jorge, e os nossos três gatos”, confessa emocionada.
Apesar de já ter percorrido meio mundo – até viveu em Marrocos com um árabe – o sonho desta rapariga de 38 anos é conhecer o Japão. Por agora mostra-se feliz por saber que o seu livro de estreia está prestes a chegar a terras nipónicas.•
Perfil
Valérie Tasso nasceu em La Champagne, Reims, França, a 23 de Janeiro de 1969.•
Licenciada em Gestão de Empresas e mestre em Sexologia, foi executiva numa multinacional e… prostituta. É escritora, cronista e produtora.
Licenciada em Gestão de Empresas e mestre em Sexologia, foi executiva numa multinacional e… prostituta. É escritora, cronista e produtora.
Namorado abstinente
Chama-se Jorge dos Santos e, apesar do nome português, é espanhol. O avô era do Porto mas a família não demorou a dar o salto. Tem 42 anos, licenciou-se em Filosofia, mas a sua grande paixão é a arte. Além de pintar, é escultor. Valérie e Jorge conheceram-se há cerca de três anos através de um amigo comum que é psiquiatra. Ele vivia em abstinência sexual, ela tinha sexo diariamente. Os opostos atraíram-se e desde então estão juntos e felizes. Jorge acompanha-a quase sempre nas suas viagens.
Em “Diário de uma Ninfomaníaca”, Valérie Tasso fala de três mulheres distintas: a viciada em sexo que até num cemitério teve relações com o coveiro, a prostituta de luxo que saciava o seu apetite sexual enquanto ganhava dinheiro e a mulher que se apaixonou. O sucesso deste livro (traduzido em 18 línguas) foi tal que em 2008, numa co-produção europeia, será rodado um filme baseado na biografia de Valérie Tasso. “Gostava que a protagonista fosse uma actriz francesa, tal como eu”, diz a autora.
Pese embora o meu analfabetismo, eu não compreendo a prostituição como gôsto de sexo. Quando uma prostituta ou prostituto vende o corpo, nem sempre é por gostar de sexo, penso eu de que... Gostar de sexo quanto a meu ver não quer dizer prostituir-se mas sim vender o corpo a troco de dinheiro para ser normalmente gasto em luxútia.Eu gosto de sexo, no entanto não vendo nem compro o corpo por uns minutos e prazer.Peço perdão pela minha ignorância.É a minha opinião.
ResponderEliminarPois é João, esqueci-me de referir que algumas partes da análise á obra foram feitas por Paula Lee "Alugo o meu corpo" uma "Acompanhante" http://amanteprofissional.com/blog/?p=362 para a próxima não me vou esquecer...
ResponderEliminarApesar de concordar com a maior parte da análise feita por ela, confesso que não a subscrevo linha por linha... mas como se costuma dizer "Só quem está dentro do convento, sabe o que se passa lá dentro..."