Bem vindos

Já há imenso tempo que ando para criar este blog, umas vezes por falta de tempo outras por falta de paciência... mas pronto finalmente aqui está ele... espero que gostem das viagens que lhes ofereço... só necessitam de um cadeirão e algum tempo...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Diário de uma Ninfomaníaca



De todos os relatos que li sobre a vida na prostituição, o DIÁRIO DE UMA NINFOMANÍACA, da Valérie Tasso, na minha opinião, é um dos melhores. Porque é chocante sem ser apelativo e também porque ela continua ela própria do início ao fim, ou seja, antes e depois de ter se prostituído.
Vivemos numa sociedade machista. Se um homem gosta de sexo é natural, se uma mulher assume que gosta de sexo, é p.... Como se as mulheres ainda não tivessem adquirido o direito ao prazer. Como se o papel da mulher fosse o de apenas ser submissa ao prazer do homem. Por mais que o tempo passe, a sociedade ainda é presa aos mesmos valores.
Além disso, o DIÁRIO DE UMA NINFOMANÍACA é uma deliciosa leitura.
É o relato de uma francesa, de boas famílias, formada em gestão de empresas - o que vem desmantelar o conceito de que prostituta só é prostituta porque é semi-analfabeta, pobre ou porque não deu certo em mais nada na vida - que gosta assumidamente de sexo - se não me engano, ela considerava 4 relações díárias como o ideal - e que depois de passar um terror psicológico com seu namorado - que era pior que chulo - acaba por entrar na prostituição. Apesar da sua experiência no campo sexual, quando chega essa fase do livro, ela vive algumas das experiências e surpresas que todas as outras mulheres também viveram.
Algumas pessoas podem ficar escandalizadas ou estupefactas ao ler esse livro, mas tudo depende da mente - aberta ou não - de cada um.
Na brincadeira, a francesa Valérie Tasso assume que é “produto do Maio de 68”, já que nasceu em Janeiro de 1969 – escreve na sua edição de ontem o «Correio da Manhã», jornal que se publica em Lisboa. Uma história que o «Canal de Moçambique» regista, com a devida vénia.
Menina de boas famílias, licenciada em Gestão de Empresas e com um alto cargo numa multinacional, aos 30 anos atingiu ao ponto de não retorno. “Tive um namorado que, com o meu consentimento, me estoirava os cartões de crédito. As dívidas eram insuportáveis. Ganhava extraordinariamente bem mas o dinheiro não chegava”, conta.
Em dois tempos terminou o namoro e decidiu tornar-se prostituta de luxo para equilibrar o saldo bancário. “Era um bom negócio, ganhava muito mais do que agora e não pagava impostos”, comenta, entre risos. “Mas também era um vício porque na prostituição ficamos apaixonadas pelo dinheiro.”
Durante seis meses trabalhou num bordel de luxo. Pagou as dívidas, apaixonou-se por um cliente italiano com quem manteve um romance durante três anos e escreveu ‘Diário de uma Ninfomaníaca’ que só em Espanha, onde passou a viver, vendeu 200 mil exemplares. O romance com o italiano acabou e Valérie não cruzou os braços: aproveitou a fama que o livro lhe trouxe e tornou-se cronista na ‘Playboy’, colaboradora do programa televisivo ‘Crónicas Marcianas’ e ainda fez um mestrado em Sexologia. Pelo meio escreveu mais dois livros – ‘Paris à Noite’ e ‘O Outro Lado do Sexo’ (ainda não traduzido para português).
Em ‘Paris à Noite’ (Livros de Hoje), título que veio promover a Lisboa, recorda a viagem que fez à Cidade Luz e como se apaixonou por uma mulher com quem teve relações sexuais: “Nós não nos apaixonamos pelo sexo feminino ou masculino, apaixonamo-nos por pessoas.”
Defensora do sexo e da liberdade de expressão, crê que a maior parte dos casais não é sexualmente feliz: “As mulheres muitas vezes não estão na relação sexual. Estão fora, a pensar que são gordas ou que têm celulite”, diz. A expert deixa conselhos: “Os parceiros têm de ser espontâneos e perder a vergonha de perguntar um ao outro o que lhes dá prazer.”
Quando publicou ‘Diário de uma Ninfomaníaca’ usou um apelido falso para preservar a família. Mesmo assim, tal como os amigos, viraram-lhe as costas. “Neste momento com a minha família biológica as coisas melhoraram e, como o meu pai morreu há seis meses, penso que vou publicar o meu segundo livro em França, o meu país natal. Mas a minha verdadeira família é o meu grande amor, o Jorge, e os nossos três gatos”, confessa emocionada.
Apesar de já ter percorrido meio mundo – até viveu em Marrocos com um árabe – o sonho desta rapariga de 38 anos é conhecer o Japão. Por agora mostra-se feliz por saber que o seu livro de estreia está prestes a chegar a terras nipónicas.•
Perfil
Valérie Tasso nasceu em La Champagne, Reims, França, a 23 de Janeiro de 1969.•
Licenciada em Gestão de Empresas e mestre em Sexologia, foi executiva numa multinacional e… prostituta. É escritora, cronista e produtora.
Namorado abstinente

Chama-se Jorge dos Santos e, apesar do nome português, é espanhol. O avô era do Porto mas a família não demorou a dar o salto. Tem 42 anos, licenciou-se em Filosofia, mas a sua grande paixão é a arte. Além de pintar, é escultor. Valérie e Jorge conheceram-se há cerca de três anos através de um amigo comum que é psiquiatra. Ele vivia em abstinência sexual, ela tinha sexo diariamente. Os opostos atraíram-se e desde então estão juntos e felizes. Jorge acompanha-a quase sempre nas suas viagens.
Em “Diário de uma Ninfomaníaca”, Valérie Tasso fala de três mulheres distintas: a viciada em sexo que até num cemitério teve relações com o coveiro, a prostituta de luxo que saciava o seu apetite sexual enquanto ganhava dinheiro e a mulher que se apaixonou. O sucesso deste livro (traduzido em 18 línguas) foi tal que em 2008, numa co-produção europeia, será rodado um filme baseado na biografia de Valérie Tasso. “Gostava que a protagonista fosse uma actriz francesa, tal como eu”, diz a autora.

2 comentários:

  1. Pese embora o meu analfabetismo, eu não compreendo a prostituição como gôsto de sexo. Quando uma prostituta ou prostituto vende o corpo, nem sempre é por gostar de sexo, penso eu de que... Gostar de sexo quanto a meu ver não quer dizer prostituir-se mas sim vender o corpo a troco de dinheiro para ser normalmente gasto em luxútia.Eu gosto de sexo, no entanto não vendo nem compro o corpo por uns minutos e prazer.Peço perdão pela minha ignorância.É a minha opinião.

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  2. Pois é João, esqueci-me de referir que algumas partes da análise á obra foram feitas por Paula Lee "Alugo o meu corpo" uma "Acompanhante" http://amanteprofissional.com/blog/?p=362 para a próxima não me vou esquecer...

    Apesar de concordar com a maior parte da análise feita por ela, confesso que não a subscrevo linha por linha... mas como se costuma dizer "Só quem está dentro do convento, sabe o que se passa lá dentro..."

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